Eu não precisava, mas eu fiz.




Eu já perdi as contas de quantas vezes iniciei um texto pensando em te mostrar e depois disso, rasga-lo e dizer em voz alta “foda-se, não é necessário ele saber”.



Não é necessário você saber que eu o amei e ainda o amo. Muito menos tentar entender ou explicar o que não aconteceu, ou então culpar o que aconteceu para resultar no término. Não é necessário.

Não é necessário você saber o que é explicito para mim, mas invisível aos seus olhos. Esses olhos que sempre me transmitiu inseguranças em meio às lagrimas, medo e amor. Eu via o amor. Mas este não silenciava o seu receio em me perder. Você não ia me perder e eu só não achava necessário te dizer todos os dias. Era maçante demais repetir “eu te amo” pra que você pudesse perceber que eu realmente o amei todos os dias. Foram dois longos e duros anos. Eu só não precisava deixar claro que o amor era grande. Aliás, eu sempre deixei claro, só não falava... Você que nunca via.

Não ficou claro que eu te amava quando apertava seus mamilos com muita força até você ficar muito bravo comigo? Não ficou claro que eu te amava quando deixei você massagear meus pés quando antes não podia nem olhá-los (pelo simples fato de eu odiá-los)? Não ficou claro que eu te amava quando deixava você irritado por falar pra todo mundo que você dirige muito mal? Não ficou claro quando deixei de ir às aulas mais importantes do meu curso de direito só pra poder ficar bebendo muita cerveja e jogando sinuca com você nos piores botecos que encontrávamos?  Eu sempre perdia pra você na sinuca.

Eu não choro mais quando penso em um “nós” que morreu. Já não me dói mais em nenhum canto. Eu sempre quis que isso acontecesse e quando eu penso que deixei de chorar ha muito tempo, me sinto como se fosse um pedregulho. Duro, impenetrável. Eu não era um pedregulho. O “nós” me tornou um pedregulho dos grandes. É por isso que eu ainda te amo, pois você me marcou como ninguém. Deixou-me invulnerável aos diversos palhaços com que saí depois de você neste ultimo ano. Eu cresci pra caralho.

A culpa foi minha por ter omitido tantos fatos a você. A culpa foi sua por ter feito escândalo quando eu deixava de omitir os fatos a você. O ciúme doentio que você tinha, a mania de desconfiança, a necessidade de me ligar três, quatro vezes ao dia e eu odiava isso tudo em você. Eu odeio isso tudo em qualquer pessoa. Odeio por lembrar que amei tanto e você não viu.
Mas hoje eu não choro mais. Clichê demais dizer que sou feliz por saber que hoje você é feliz. Mentira! Não sou feliz por saber que hoje o motivo de sua felicidade não sou eu. Egoísta demais dizer isso, eu sei. Mas prefiro não mentir agora.

Mas eu acho que seria feliz hoje em ter você comigo, dormindo de conchinha como fazíamos todos os dias; comer pão de queijo com aquele café forte que você fazia todos os dias. Sinto falta disso tudo e muito mais. Mas eu não gostaria de ter de volta suas manias de me vigiar 24 horas; seu ciúme doentio e seus questionários sobre tudo o que eu fiz durante os meus dias; seu controle sobre meus horários; sua mania estúpida de não me deixar olhar para os lados; Eu nunca fui sua. Na verdade, eu não sou de ninguém. Você nunca entendeu e ninguém nunca vai entender.

Fico confusa depois de tanto tempo. Eu nunca mais te vi depois que prometi nunca mais te ver. Nunca mais ouvi sua voz depois que prometi nunca mais te ligar. Eu me lembro de você chorando quando disse isso. Não entendi no momento, mas acho que você queria me deixar triste demais pra ter que prometer tudo isso e CARALHO, como eu sou orgulhosa. Bom para os dois que você também seja. Não precisamos questionar o motivo do rompimento, pois eu errei por sua culpa e fim. Cumplices e culpados simultaneamente idiotas.

Eu percebo agora que deveria ter escrito este texto há muito tempo atrás e não hoje que já não te amo igualmente. Deveria ter escrito quando doía e não agora que o escrevo com um sorriso no rosto.
Hoje eu amo outra pessoa. Você não precisa saber disso, mas eu preciso começar a encaixar as coisas em meu âmago, em minha alma e em minha pele debaixo deste vestido preto e da meia calça que me faz parecer mais magra do que sou. Hoje eu amo outra pessoa e amanhã poderei amar outra que não essa. Mas nunca vai ser igual, mesmo sendo muito mais intenso.

Este texto ficou longo demais. Mais longo do que o parágrafo incompleto que pensei em começar a te escrever...

Gostar do que não se têm



Conhecer pessoas novas me transmite uma sensação de recebimento de novas luzes, novas energias. Claro que depende muito se as energias recebidas poderão se dar bem com as transmitidas, pois de certo se tem bom relacionamento. No caso de incompatibilidade, nada progredirá.

Não digo apenas de recebimento de energias boas com relação ao desejo carnal (que muitas vezes é o gritante), mas também digo a respeito das energias ligadas a cumplicidade de uma estimada amizade, de um bom relacionamento.

Obvio que ao se deparar com novas amizades, recebendo as ‘positive vibrations’, cria-se internamente duvidas quanto à intensidade e a durabilidade. Acho que posso colocar neste caso como “medo”. Há muitas pessoas temperamentais neste mundo. E há muito tempo a se perder com pessoas incompatíveis. É terrível ver as coisas deste modo, mas como digo “a verdade dói, mas que seja dita o quanto antes”.

Quero dizer que o deixar rolar é essencial. Apressar as coisas nos permite acelerar o percurso natural da vida, dos relacionamentos, dos momentos. Pode ser que o positivo chegue mais cedo do que o necessário e perca a magia rápido demais (como aquela historia do que o perfeito não tem graça). Pode ser que o negativo nos derrube mais rápido do que poderíamos prever e nos preparar para a queda. Deixa rolar.

Mas escrevo este texto mais como um lembrete à mim mesma. Já não é a primeira vez, nem segunda ou terceira, que me dizem ser uma pessoa extremamente ansiosa e carente. Sei que isto não me faz bem como deveria. Acelerar o percurso, cortar caminhos. Mas é difícil.

Às vezes eu quero muito que as coisas aconteçam o quanto antes para que eu possa desfrutar dos bons momentos. Como aguardar ansiosamente pela páscoa para receber muitos ovos de chocolates, mas verificar no calendário ainda ser inicio de janeiro. Ou então iniciar um regime em uma segunda feira de manhã e quando chega à noite, subir numa balança para verificar quantos quilos já eliminei. Absurdo, mas incontrolável. Deixa rolar, repito internamente.

A conclusão que tiro ao analisar as circunstancias é simples: reafirmo e verifico sobre os resultados negativos que já ganhei (ou os bons que deixei de ganhar), preciso mudar. Além de precisar, eu quero mudar. Pois assim, acho que este seria o melhor jeito de manter contato com alguém por longa data. Melhor jeito de receber ‘positive vibrations’ sempre. Ou o melhor jeito de fazer aquele cara sentir falta do que não tem: Minha atenção.

Sobre pele



Já tive muitos romances. Alguns momentâneos, uns proibidos, outros que duraram muitos anos e uns que ainda duram em algum canto do meu ser. Mas foram poucos os que tive em que existiu algo que se faz complicado apenas por "ser".

Sentimento de pele ou a conhecida "química" (como queiram) é algo que não existe em qualquer ligação de dois seres humanos que estão juntos. E que, para facilitar ainda mais, este sentimento se faz necessário que seja  recíproco. Obvio que uma pessoa poderá sentir na pele o desejo por outra, mas esta outra pode não sentir o mesmo desejo da mesma maneira ou talvez na mesma intensidade. Foge do habitual conhecido, é inexplicável.

Engraçado como involuntariamente buscamos isso nas pessoas com quem nos relacionamos. Às vezes a intenção é de apenas algo "momentâneo", seja pra suprir alguma carência, seja por certa necessidade (rs), mas acontece aquela ligação que não tem como escapar.

Engraçado também como quando acontece, o autocontrole nos foge. Dá vontade de gritar pra todo mundo que o que aconteceu é maravilhoso e complicado, divertido, mas perigoso. Só não tem como explicar. E é neste ponto que eu queria chegar:
 Se digo tanto que é algo inexplicável, porque tentar e tentar descrevê-lo?

Às vezes escrevemos e dizemos as coisas que acontece conosco para termos certeza que não somos anormais, para provar que não somos os únicos. Então eu sei (daí entra o meu otimismo) que existem pessoas que podem se identificar com isso e que também irão perceber o mesmo que eu, ou por já ter passado por isso, ou por já ter ouvido algo sobre isso.
...ou eu realmente estou ficando louca?

É a pele, senhores.

A essência


A quantidade de valores agregados à uma pessoa independe de vontades alheias. A pessoa nasce, cresce, evolui e morre e não ha nada a ser feito para modificar este ciclo. Portanto, estes valores podem ser tidos como a essência que cada um carrega consigo mesmo e esta essência não muda. Esta está arraigada em suas ambições. Pode-se dizer que as ambições mudam. As necessidades físicas e biológicas mudam. Mas a personalidade, os valores, a essência (pode ser que se esconda em algum canto interno)...estas nascem, crescem e morrem da mesma maneira, imutável.